domingo, maio 02, 2010

Desafio Literário Abril: "Os Jardins de Kensington", de Rodrigo Fresán

Título Original: Jardines de Kensington
Autor: Rodrigo Fresán (Argentino)
Editora: Conrad
Gênero: Romance
Sub-Gênero/Assunto: Romance Histórico, Memórias
Período: Inglaterra. Sécs. 19(Era Vitoriana) e 20( anos 60).

Jardins de Kensington é uma combinação entre a misteriosa Inglaterra Vitoriana e a psicodélica Londres dos anos 1960 - dois cenários equivalentes, como um mundo num espelho, onde Rodrigo Fresán, principal revelação na literatura pop latino-americana conta a história do escritor infantil Peter Hook, um filho de hippies obcecado pela biografia do criador de Peter Pan, J. M. Barrie.

O livro se passa em uma única noite, onde Peter Hook, pseudônimo do autor dos livros da série Jim Yang, conta a história de sua própria vida, ao desafortunado Keiko Kai, ator escalado para interpretar o personagem no cinema.

Filho de Sebastian ``Darjeeling´´ Compton-Lowe, líder da fictícia banda inglesa de rock The Beaten (banda inspirada nos roqueiros cabeludos do The Kinks, famosos nos anos 60), Hook passou a infância entre todos os personagens da Swigin´ London - dos Beatles ao cineasta Michelangelo Antonioni, da modelo Twiggy ao bardo Bob Dylan (que Hook lembra ter vomitado em seus bonequinhos de chumbo).

Porém essa Londres de sonho acaba muito cedo para o infante Hook - abalado pela morte de seu irmão mais novo num acidente caseiro e de seus pais num naufrágio, refugia-se no mundo de Peter Pan, torna-se o garoto que não quer crescer - e também adquire uma obsessão pelo criador do personagem, J. M. Barrie.

Como um Jorge Luis Borges pop, Fresán tece um mundo paralelo, onde fantasia, ficção, cultura pop e fatos históricos se misturam para criar um universo mágico permeado de tragédias, onde a inocência se confunde com crueldade e a infância é um pesadelo sereno de onde nunca se pode acordar.




DESAFIO LITERÁRIO 2010
ABRIL: AUTOR LATINO -AMERICANO –
Mais uma vez, o tempo foi meu maior inimigo. Não exatamente o tempo para ler o livro em si mas, para escrever a resenha, o post. Bem, mas, aos trancos e barrancos, eu vou seguindo, né?
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Honestamente, acho que este foi e, provavelmente continuará sendo, um dos mais difíceis livros para se escrever sobre com o qual já me deparei. É um daqueles casos em que não existe muito o que se falar mas ao mesmo tempo você poderia escrever páginas e páginas...

Confuso? Sim, até certo ponto. Nào existe exatamente um mistério no livro, mas, contar qualquer coisa sobre ele é como estragar pequenas surpresas- pequenos detalhes que parecem confusos no inicio da leitura, mas que aos poucos vão se cativando lentamente e quando você se dá conta, está totalmente envolvida.

Não sei se este é um livro para todos os gostos. É um estilo diferente, moderno. Uma espécie de Nick Hornby, talvez. Com certeza, é uma leitura bem diferente se compararmos com outros autores latino-americanos, penso eu.

Aliás, confesso que fiquei surpresa ao me deparar com este livro e descobrir que fora escrito por um Argentino.

A história se passa em dois momentos: a Londres vitoriana do final do século 19 e a Londres em ebulição dos anos 60. Na Londres Vitoriana, temos o jovem J. M.Barrie e na Londres moderna conheceremos Peter Llewlyn Davies.

Barrie foi o criador de Peter Pan e Peter...Bem, Peter, junto com seus outros irmãos, foi a inspiração de Barrie para o famoso personagem. Para quem já assistiu ao filme De Volta à Terra do Nunca lembrará, com certeza, de Peter e seus irmãos. Aliás, recomendo, e muito, ver o filme antes de ler este livro.

Estas três personagens (Barrie, Peter Llewyn, e Peter Pan) são a base para conhecermos Hook (para quem não sabe, *Hook* significa, *Gancho*, em inglês), um jovem que...não quer crescer.

Bem, acho que não existe muito mais o que se falar aqui. Me perdoem se fui um pouco confusa. Apenas não quero estragar o sabor das pequenas surpresas.

Mas você gostou do livro?, alguém pode perguntar. Sim, gostei muito. Não é, com certeza, o meu estilo de leitura favorita. Não existe uma clara definição sobre o que é meio, começo e fim, mas, eu, com certeza, não me arrependo da leitura. Ou melhor, experiência.

Aliás, uma ótima experiência.

Por fim, recomendo este livro. Nem que seja apenas para provar algo novo.

E se você, é daqueles que gostam de uma *catalogação* , encare Os Jardins de Kensington como uma bibliografia fantasiosa. Ou bibliografia dupla . Tripla, quem sabe?

A bibliografia de J.M. Barrie. Talvez,quem sabe, a história de Peter Llewyn.

Ou, simplesmente, a vida de Peter Pan.

De um Peter Pan.


*****

PS: Alguém tem um link para o AutoLink, no site do Desafio Literário? Não consigo achá-lo! :(

Cotação:



3.5/5

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