segunda-feira, março 04, 2013

O Lado Bom da Vida, de Matthew Quick

Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes da internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. Uma história comovente e encantadora, de um homem que não desiste da felicidade, do amor e de ter esperança.



O Lado Bom da Vida foi um daqueles livros que chegam de mansinho, mas que encantam a gente. Eu comprei meio que por acaso. Eu tinha um bônus da Saraiva cuja data de validade estava acabando- meu plano inicial era comprar o Não Posso Me Apaixonar, da Bella Andre, porém, não sei o quê aconteceu mas a Novo Conceito demorou a vida pra lançar o livro nas livrarias e eu acabei “pegando” O Lado Bom da Vida, que acabou saindo por 4 reais.

Não me arrependo nem um pouco.

Eu simplesmente amei o livro.

O pior é que nem sei dizer por quê eu gostei tanto do livro. Acho que foi por que de certa forma, ele me tocou. E olha que eu nem achei um livro “perfeito”, em termos de literatura. O Lado Bom da Vida é um daqueles casos que eu livro te ganha no modo como ele se apresenta a você, como ele se conecta com você. Comigo foi assim.

“Estou praticando ser gentil em vez de ter razão”


Pode-se dizer que O Lado Bom da Vida é um drama tragicômico. A história do ex-professor Pat Peoples, um homem com problemas psiquiátricos em busca da mulher de sua vida poderia ter se transformado em um grande melodrama, porém, o humor como tudo é descrito transforma totalmente o livro. Pat acredita em finais felizes, no lado bom da vida. E essa retomada de sua vida, após um longo período em um hospital psiquiátrico será a sua forma de ter o próprio final feliz.

Escrito em primeira pessoa, o livro esbarra no drama e no cômico à todo momento. Se pensarmos bem, ninguém é normal por ali. E não estou falando somente da jovem viúva, Tiffany, uma ninfomaníaca em recuperação, com quem Pat inicia uma estranha e verdadeira amizade. A relação de Pat com o pai chega a ser triste e cômica- isso se podemos chamar aquilo de relação.

Apesar do longo tempo internado e das dificuldades em se ajustar- Pat tem algo muito importante a seu lado: as amizades. No início é difícil, sim, mas os amigos e o futebol o ajudam muito.

Confesso que não sei nada sobre Futebol Americano, mas entendo o que é ser passional sobre algo (tudo bem que o pai de Pat extrapola isso, rs )

Uma das partes que mais gostei do livro foi das “análises literárias” de Pat. É simplesmente impagável. Quem nunca sentiu vontade de ter uma “conversinha” com um autor após um final WTF?! De um livro. Ou simplesmente atacar o livro pela janela só de raiva?

“A vida não é um filme de censura livre para fazer com a pessoa se sinta bem. Muitas vezes a vida acaba mal (...) E a literatura tenta documentar essa realidade, mostrando-nos que ainda é possível suportá-la com nobreza.”



E a "relação" de Pat com a música Songbird, de Kenny G? As "aparições" do Sr. G são impagáveis. Impossível não ouvir nada dele e não pensar em Pat.

O Lado Bom da Vida foi uma leitura rápida, emocionante e, principalmente, divertida. Honestamente, não sei se é uma leitura para todos os públicos (ou todos os gostos)- o que eu posso dizer é que eu adorei.


Recomendo!


O Filme

Bem, acho que todo mundo já deve conhecer o filme homônimo baseado no livro. Ou pelo menos, ter ouvido falar. Afinal a bochechuda (gosto muito dela, mas as bochechas me incomodam) Jennifer Lawrence ganhou o Oscar de Melhor atriz pelo papel de Tiffany.

Eu achei o filme bem legal; o livro eu achei muito bom. As minhas adjetivações já devem mostrar qual eu preferi. Eu não sou aquele tipo de pessoa que quer ver um filme adaptado “palavra a palavra” . Cinema é cinema. Literatura é literatura. (Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban é o filme da série que eu mais gosto mas é adaptação que menos se a assemelha ao livro. ) Apesar de quê não gostei de algumas coisas na adaptação como já sabermos de cara porque Pat foi internado e o período que ele ficou no hospital. Eu gosto da forma como as coisas acontecem no livro- como, nós, leitores, vamos desvendando pouca a pouco- e junto com o próprio Pat o seu passado e os por quês de muitas coisas.

O que me fez gostar mais da obra escrita do que da cinematográfica foi, penso eu, o propósito de cada uma. O filme é uma comédia romântica. Muito bem executada e interpretada, mas é uma comédia romântica. O livro não. O livro fala sobre recomeços.

(Sem contar que a parte da musica-trauma é muito mais engraçada, e forte, no livro)

De qualquer forma, recomendo os dois.

Título Original: The Silver Linings Playbook
Autor: Matthew Quick
Editora: Intrínseca
Gênero: Romance Contemporâneo
Sub-Gênero/Assunto: Amizade, Doenças, Família, Segunda Chance
Período: Anos 2000. Nova Jersey, EUA

Outras Capas:


4/5

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