terça-feira, agosto 20, 2013

Obsessão, de Erica Spindler (Thriller)



Kate e Richard formam o casal perfeito, a não ser pelo fato de não poderem ter filhos. A adoção é considerada a solução ideal para a realização do sonho. Mas eles acabam abrindo caminho para o pior pesadelo de suas vidas. Julianna, a mãe biológica do bebê adotado, está decidida a eliminar Kate e se tomar a esposa de Richard. E isso não é tudo: no rastro de Julianna há um assassino profissional, e ele deseja acertar contas do passado com ela a qualquer custo.

Eu não sei se amei ou odiei esse livro. Tudo bem, eu não odiei- mas também não amei. Honestamente, não sei o que pensar. Eu adorei a agilidade da trama, a escrita e, de certa forma, gostei da história, ou deveria dizer, da trama de modo geral. Porém, foram exatamente aspectos dessa “trama” que me fizeram não gostar do livro.

Ai, confusão!

Confusão. A preimeira confusão à respeito de Obsessão vem justamente da editora que o publicou aqui no Brasil, a Harlequin. Quando vimos que um livro é lançado pela Harlequin, logo pensamos que se trata de um romance romântico, não? Ou neste caso, de um Suspense Romântico. Pois é. Obsessão não é um romance romântico e muito menos um suspense romântico. Este livro é um policial, um thriller. Eu leio muitos livros policiais sem romance e esse detalhe não me desagradou mas não há como negar que, ao pegar um livro da Harlequin para ler a gente meio que espera uma história de amor.

Obsessão é tudo menos uma história de amor. Tudo bem, se você forçar beeeem a barra tem uma vírgula de romance mas,... nah.

Eu gosto bastante da autora, Erica Spindler. Ou ao menos eu gostei bastante dos dois livros que li dela, Vertigem e Amigas Inseparáveis. Foram duas leituras incríveis, porém, Obsessão não me caiu tão bem. A força da escrita continua, fazendo com que a gente não consiga parar de ler (eu xingava e continua lendo!) mas certos aspectos da história me incomodavam. É algo extremamente pessoal, mas essa é a palavra. Incômodo.

Obsessão é dividido basicamente em três partes e como todo livro policial, quanto menos se falar melhor. No início temos esse casal perfeito, Kate e Richard que resolve adotar uma criança recém-nascida. O que eles não sabem é que a mãe biológica da criança, Julianna criou uma obsessão doentia por Richard e quer tornar-se sua mulher. Por sua vez, John Powers, o pai biológico, está disposto a acertar as contas com Julianna . John não queria que Julianna tivesse a criança e sua primeira meta é eliminar o bebê e acertar as contas com quem o traiu.

A primeira parte do livro é bem envolvente, intercalando os mundos de Richard e Kate, Julianna e John. É quase uma preparação para a história e digo isso de maneira bem positiva. A parte final do livro também é ótima; é onde a ação realmente acontece- e todas as ações começam a ter consequências. Sabe quando você simplesmente não consegue parar de ler até chegar a linha final? Foi assim comigo.

Se o livro fosse apenas com a primeira e última parte, eu não teria dúvida em dizer: nossa, que livro! Amei. O problema é o meio. Odiei o meio do livro. E o pior é u nem poder dizer aqui porque odiei. Odiei por questões pessoais e porque eu teria dado um fim diferente à certo personagem. Tudo bem que isso iria mudar totalmente a dinâmica do livro. Vamos dizer assim, eu gostaria muito que certa pessoa percebesse a idiotice que fez.

Outro problema que eu tive com o livro foi a minha "não concordância" com os personagens. Eu não queria dizer que odiei todos eles, mas tá difícil. Odiei Julianna por ser uma vaca. Tá certo, ela sofreu muito e com certezava precisa de apoio e de um bom psiquiatra, mas não deixou de ser uma vaca. Muita gente sofreu tramas e não se transformou numa vaca; Odiei Richard por ser um bocó, infantil e idiota; e odiei Kate por ter sido tão passiva, tão acomodada. Ela sabia que algo estava errado, mas simplesmente estava “cansada demais” para lutar. Não a estou culpando, longe disso, mas ela poderia ter sido mais incisiva.

O personagem que eu mais gostei foi Luke Dallas, o amigo escritor. É um personagem que começa pequeno mas que vai crescendo com o decorrer da trama. Foi o único que eu senti que não era acomodado.

O fato é, Obsessão foi um livro que me deixou sem saber o que pensar. Racionalmente, eu achei o livro ótimo. Ele possui uma trama consistente e tem o que eu gosto de chamar de “equilíbrio perfeito” entre ação e descrição. Porém, quando *eu* leio um livro, eu não leio apenas com olhos racionais- as emoções que o livro me provoca também são fundamentais para o meu gostar ou não. E esse livro mexeu com conceitos morais particulares meus. Foi uma leitura que eu simplesmente não posso dizerNão Leia porque eu não concordei com isso ou aquilo.

Em suma, Obsessão é um bom livro. Bem escrito. Só não sei se foi o *meu* número.


Título Original: In bed with the Devil
Autor: Erica Spindler
Editora: Harlequin
Gênero: Romance Policial / Thriller
Sub-Gênero/Assunto: Romance Contemporâneo, Adultério, Crianças, Suspense
Período: Contemporâneo. EUA.


***

                         Como o livro também fala sobre vingança, inclui ele no Desafio Literário deste mês.

Outras Capas:


3/5

(mas poderiam ter sido 3,5. Ou 4)

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