segunda-feira, dezembro 16, 2013

O Último Ritual, de Yrsa Sigurdardóttir

Um acontecimento horripilante abala os alunos da Universidade de Reykjavík - o corpo de um estudante alemão é encontrado com os olhos arrancados e estranhos símbolos gravados em seu peito. Um suspeito é preso, mas a família da vítima não está segura de que a polícia tenha capturado a pessoa certa e resolvem chamar uma auxiliar na investigação, Thóra Gudmundsdóttir, advogada e mãe solteira de dois filhos, que constata que as razões para o crime se encontram ocultas em tradições e superstições da Idade Média. A vítima não fora escolhida ao acaso. O rapaz morto tinha obsessão pela história da caça e tortura às bruxas na Islândia. História esta que parece estar ganhando novos capítulos no presente, a não ser que Thóra e seu ajudante, Matthew Reich, possam impedir.




Uma das coisas que mais me atraem nos livros é a oportunidade de conhecer países, culturas diferentes; adoro ser “transportada” para lugares diferentes da minha “vida real”.

E quando essa “experiência” é aliada ao fato da história ser de um dos meus gêneros favoritos, o Policial, é ainda melhor. Afinal, apesar de toda a globalização e tudo mais, não é sempre que nos deparamos com um livro Islandês, né?

Em uma Universidade Islandesa, o corpo de um estudante alemão é encontrado com marcas do que poderia ser um ritual de magia negra ou algo parecido. As investigações não demoram muito e logo um suspeito é preso e o caso é dado como encerrado. Contudo, a família do rapaz não acredita que o suspeito seja o verdadeiro assassino e contrata a advogada Thóra Gudmundsdóttir para dar uma “segunda olhada” no caso, ou seja, investigar novamente. Para auxiliar Thóra e principalmente, para servir de “ligação” entre ela e a família, que está na Alemanha, entra em cena, Matthew Reich, um alemão especialista em segurança.

Quando aceita o caso, Thora não se engana achando que seria uma investigação fácil, porém o dinheiro oferecido pelos alemães e tentador demais e ela não pode recusar. Divorciada e mãe de dois filhos; um adolescente e uma menina de seis anos, Thora viu seu estilo de vida muda drasticamente após o divorcio. Além do mais, seu escritório de advocacia não é exatamente dos mais rentáveis e ela ainda tem que “suportar” uma secretária insuportável que não pode mandar embora.

A relação entre Thóra e Matthew é de certa forma sem muitos percalços, porém existe uma clara diferença cultural entre ambos. É realmente interessante ver um alemão sobre outro ponto de vista; principalmente um ponto de vista daquele com a qual estamos acostumados por aqui: frio e calado. Ele é o estranho na Islândia e parece não aceitar, ou melhor dizendo, acho estranho alguns costumes daquele país.

Sem muitas pistas, a investigação (ou “nova” investigação) se concentra em quem foi a vítima. Matthew conhece a família e sabe um pouco sobre a vida do jovem Harald, porém nada além das linhas dele ser um jovem bem estranho. Harald saiu da Alemanha a fim de fazer pós-graduação na Islândia. Sua tese era o Período da Inquisição na Alemanha e Islândia e ele parecia levar o assunto “bruxaria” um pouco a sério demais. Apesar de conhecermos Harald somente através do olhar dos outros e do que Thóra e Mathew descobrem o rapaz não é de forma alguma uma “vítima simpática”, se é que se pode fazer essa definição. Herald era estranho.

O Último Ritual foi um livro muito interessante de ler. A investigação é ponto principal do livro, porém a parte Histórica é também muito forte. Eu, particularmente, gosto muito de História, mas sei que isto pode ser um pouco cansativo para aqueles que não apreciam o tema. A vida particular de Thóra também ganha um certo destaque e isto dá um bom contraponto à trama principal. Faz com que a personagem pareça mais humana. Comum.

Eu gostei bastante do estilo da autora apesar de que em algumas partes a narrativa tenha ficado um pouco cansativa. Especialmente na parte das explicações históricas. Como eu mencionei, eu adoro História- e o tema tratado aqui era particularmente interessante- mas achei que a autora, em determinado momento passou a se concentrar mais em explicar a Caça as Bruxas na Alemanha do que a Investigação criminal em si.

O Último Ritual foi um livro que eu gostei bastante. Acho que o mais importante é dizer que a história capturou a minha atenção desde as primeiras páginas e. como um todo, achei o ritmo do livro, bom. A história em si não é propriamente leve mas senti uma certa leveza na escrita da autora. A leitura não ficou “carregada”. O livro é romance policial sem grandes novidades na narrativa mas o cenário e diversos outros detalhes acabaram fazendo a diferença. Sem contar que é sempre bom, ler romances policiais sem os agentes do FBI, CIA, ou similares de sempre. É claro que não posso deixar de mencionar o Islandês. A lingua. Sério, nomes super difíceis de ler. Ficava até feliz quando aparecia um personagem de nome alemão, rs!

Devo confessar, contudo, que tive sentimentos confusos em relação à conclusão do mistério. Achei que faltou algo. Ao mesmo tempo, devo dizer que a autora foi bem coerente. Infelizmente não quero me aprofundar sem soltar Spoilers

De qualquer forma, foi uma boa leitura e tenho a intenção de ler os outros livros da série.

Para quem gosta de Romances Policiais, é uma boa pedida.

Recomendo!

Título Original: Þriðja táknið
Autor: Yrsa Sigurdardóttir
Editora: Suma
Gênero: Romance Policial
Série: Thóra Gudmundsdóttir - Livro 1
Sub-Gênero/Assunto: Romance Contemporâneo, Crime e Mistério
Período: Atual. Islândia.

Série

Pelo o que eu pude averiguar apenas o primeiro livro foi lançado no Brasil.

Livro 1- O Último Ritual
Livro 2- Ladrão de Almas*
Livro 3- Cinza e Poeira*
Livro 4-Lembro-me de Ti*
Livro 5-Horfðu á mig
Livro 6-Brakið

*Edição Portuguesa



Outras Capas:



4/5

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